sábado, 25 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

À sombra da árvore

O trabalho de Adriana Honorato



Suas obras nos colocam diante de uma série de ausências, como quem grita a falta em silêncio. A linha preta cinge a tela transparente apresentando o traço de forma explicita. As figuras são alinhavadas, entrelaçadas ao suporte, apenas indicando a silhueta de uma árvore. Esta sombra matérica projeta seu duplo ao fundo, como se fosse a sombra da sombra da sombra...
Ao transitarmos pela obra percebemos reflexos de linha dourada, e a constatação de que não se trata de qualquer falta exposta, mas de uma falta relacionada ao sagrado.
O suporte transparente, o desenho simples e direto, a sombra projetada: tudo evidencia o vazio pertinente à contemporaneidade.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Empacotando Verbos (Verbos Empacotados)

Trabalho de Renato Barros

Suportar

(São sete objetos diferentes, incluindo um vídeo de 10 minutos de duração em looping)

       Espaço/tempo, uma relação indissociável por natureza física. Em minha proposta preocupo-me em evidenciar singularidades e os fragmentos simbólicos que escapam ou se destacam nessa relação, nos trazendo o convencional e a cotidianidade à tona de forma a exaltar elementos espontaneamente ignorados, fazendo-nos perceber pela forma de representações que sugerem a “utópica” fragmentação do tempo e do espaço.
       A obra de arte como mercadoria, a contradição entre a efemeridade material e persistência conceitual em presente em uma relação de imaterialidade.
       Paralelamente a questão da efemeridade da arte, temos a questão da poética da estetização e banalização do mercado artístico.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Como Chegar


Galeria no 1o andar


Entrada de pedestres: travessa entre o Metrô Barra Funda e o Campus

Facilidades: estacionamento gratuito no local; acesso para deficientes

Programação

A abertura da exposição Cheiro de Nada será às 20h do dia 29 de junho de 2011.

A exposição permanecerá na Galeria do Instituto de Artes da Unesp até dia 15 de julho de 2011.

O horário de visitação é: de segunda à sexta das 10h às 17;  sábado das 9h  às 12h.


Os artistas da mostra estarão presentes para bate-bapo com os visitantes no dia 30 de junho, quinta-feira, às 16h no espaço em frente à galeria.

Amanda Barbosa da Silva


                Amanda Barbosa da Silva tem 28 anos, é nascida e residente na cidade de São Paulo. Graduanda em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, a concluir em 2011. Sua área de estudo e pesquisa, ainda de modo informal, é literatura brasileira, vista sob a égide das tramas sociais, em que persegue questões centrais da sociologia brasileira como as origens da formação do Brasil, identidade nacional e de que modo essa constituição se reflete na literatura, ganhando, tanto povo quanto produção artístico-literária, destaques nas questões de contemporaneidade.
             Escreve desde os treze anos, período em que começou a se interessar por escritores das literaturas Brasileira e Portuguesa como Machado de Assis e Fernando Pessoa, que abriram caminho para investigação de outros artistas brasileiros.
             Especificamente para a exposição Cheiro de Nada, pretende ilustrar com alguns versos, que serão afixados nas paredes da galeria da exposição, entre as obras, a relação que a contemporaneidade estabelece com algumas categorias simbólicas, entre elas, os mitos, que desocupam o lugar de origem e saem para passear na vida cotidiana.

Ana Luiza Brant


              Residente da cidade de SP, graduada em Comunicação Visual pela FAAP, percorreu muitos caminhos e atividades pelas artes visuais até chegar ao método desejado de expressão para este trabalho.  Cursou Cenografia, Fotografia, Simbologia e História da Arte no MAM. A partir de debates e workshops de arte vem se aproximando dos artistas e dos temas contemporâneos.
                Recém terminada uma fase de trabalho com programas de televisão, mais específicamente com reality shows, Ana Luiza resolveu dedicar-se à fotografia.
                Pesquisando técnicas, deparou-se com a colagem, e nesta forma de expressão deparou-se com a ausência que procurava para o fechamento desse ciclo; o retrato da geração .
               O processo criativo da artista partiu de buscas e recortes de revistas por pessoas anônimas, composições de cores e busca por interferências significativas nas fotografias. A partir de retratos, Ana Luiza extraiu elementos principais do rosto, deixando um vazio que é automaticamente preenchido pelo expectador.
               O vazio no tema representado é provocativo, deve causar estranhamento, aproximação, interação e similaridades.

Gastão Debreix

              Nascido em Guaiçara no ano de 1960, Gastão resite atualmente em Bauru, no estado de São Paulo, onde assumiu recentemente o cargo de Instrutor Artístico do Departamento de Ensino as Artes da Secretaria de Cultura de Bauru.
             Gastão Debreix possui formação em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas na Unesp de Bauru. Trabalha especialmente com tramas, serigrafia e marchetaria. O artista também possui poemas visuais publicados na Revista Artéria nas edições 1, 5, 6, 9 e expostos na Paraver e na Mostra Nacional de Poesia Visual em Natal.
              Como artista plástico, expôs trabalhos no Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto em 1990, 1992 e 1996; participou do II Studio Internacional de Tecnologias de Imagem promovido pelo Sesc Pompéia, da III Bienal Nacional de Santos e da VIII Mostra Universitária de Artes Plásticas promovida pela Faculdade Santa Marcelina em São Paulo.
              Internacionalmente, Gastão teve trabalhos apresentados na Alemanha (I Bienal Art Eletro Imagens em Berlim), na Hungria (II Bienal Art Eletro Imagens em Budapeste) e na Coréia do Sul (I Electrographic Biennal - International Copy Art Expo) durante a década de 1990.
             Na presente exposição Gastão Debreix mostra um registro de trabalhos que deram visibilidade a sua produção artística nos últimos dez anos, através de conexões entre serigrafias e tramas. As treliças e/ou trançados são considerados quase como esculturas bidimensionais, são definições de detalhes apresentados como uma grande tela com diferentes variações de uma obra para outra, onde se percebe a forma do contorno, das linhas de divisão na textura do inteiro.

Marcelo Bertinato

 
                 Marcelo Bertinato tem 30 anos, é nascido e residente da cidade de São Paulo. Graduado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP em São Paulo desde 2008. Em seus trabalhos artísticos utiliza-se tanto de revelação manual e processos artesanais de impressão (especialmente goma arábica) como de meios digitais.
           A série de fotomontagens apresentada expõe a questão de quantos códigos incertos e infinitos estão escondidos nas faces mais ocultas das paisagens observadas, sendo a dúvida um elemento constante nas composições, a dúvida da construção espacial que vivemos (nesta série em uma metrópole - São Paulo), somos uma construção da cidade ou a construímos cada vez que aplicamos a ela um olhar em outro ângulo no qual ainda não estamos habituados?
            A escolha da cidade de São Paulo como tema fixo deste trabalho se dá pelas infinitas possibilidades que a cidade possui. Como este trabalho está baseado no princípio do incerto, o excesso e o impossível são representados pela própria metrópole.

Renato Barros

Saiba mais sobre o artista

              Renato Barros Almeida tem 28 anos e é nascido e residente da cidade de São Paulo. Sua formação sempre foi direcionada as Artes Visuais. Atualmente é aluno do curso de Especialização em Arte Contemporânea da UNICAMP. Renato graduou-se no curso de Educação Artística com Habilitação Plena em Artes Plásticas pela UNESP de Bauru, além de ter formação técnica em Artes Gráficas pelo SENAI e em Desenho de Comunicação pela ETEC Carlos de Campos.
No momento, trabalha quase que exclusivamente com arte-educação, englobando as áreas de artes visuais e teatro. Além de manter-se em pesquisa, formação e produção constante em artes, mais especificamente abordando temas como: relações de imaterialidade no processo criativo, objeto artístico, tempo/espaço na arte, site-specific, instalação e intervenção espacial. Usa como linguagens o vídeo, desenho e a tridimensionalidade, entre outros. Renato tem experiência profissional ainda como ilustrador, diagramador e editor de arte.
Nesta exposição, Renato apresentará uma instação que discute a relação espaço/tempo. Nesta proposta preocupou-se em evidenciar singularidades e os fragmentos simbólicos que escapam ou se destacam nessa relação, nos trazendo o convencional e a cotidianidade à tona de forma a exaltar elementos espontaneamente ignorados, fazendo-nos perceber pela forma de representações que sugerem a “utópica” fragmentação do tempo e do espaço.


Adriana Honorato


Saiba mais sobre a artista


Adriana Honorato Gonçalves é mestranda em artes visuais pela UNESP onde desenvolve sua pesquisa sobre aspectos da ausência e do vazio na arte contemporânea. Possui licenciatura plena em Educação Artística concluída em 2008. Durante a graduação realizou pesquisa a respeito da arte contemporânea, incluindo a própria produção artística.
 Adriana tem como meios expressivos pinturas, colagens e fotografias. Sua preocupação refere-se à representação do objeto ausente indiciado pela sombra, passagem de luz e transparência, entre outras possibilidades.  Dessa maneira, faz experimentações em que materiais canônicos, como a tela e a tinta, unem-se a materiais não tradicionais, como tecido, renda e linha num mesmo trabalho.
 Outro aspecto de sua produção é que não há preocupação com a tridimensionalidade, ou seja, não há necessidade de criação de perspectiva ilusória, estando as imagens propositadamente em apenas um plano, onde a relação com o fundo é cuidadosamente pensada.

Exposição Cheiro de Nada

             Dentre as possibilidades visuais, a contemporaneidade parece ter predileção por duas delas: o vazio e o excesso. E, o que num primeiro momento aparenta contradição, nada mais é do que a apresentação de duas faces de um mesmo fenômeno.
              O demasiado valor dado à experiência sobressai-se num contexto em que a memória é substituída pelo frequente esquecimento. O excesso advém da necessidade de preenchimento deste vazio provocado pelas condições atuais, que insuflam a efemeridade na destruição do passado e construção de um presente contínuo.
              Artisticamente, este período tem se refletido na fragmentação do tempo e espaço, no uso de sobreposições, na junção de materiais de origens distintas, na criação de objetos multiformes, na alusão crítica ao consumismo e hedonismo, etc.
              Ao mesmo tempo, vê-se uma crise de identidade nos próprios artistas na dificuldade que sentem para constituição de uma marca subjetiva em seus trabalhos. Um terceiro desafio é que a busca pela utilização de novos materiais apenas para contrariar a forma tradicional acaba por negligenciar , muitas vezes, o conteúdo.
             Pensando nisso, a exposição Cheiro de Nada aposta em representar conscientemente o vazio e o excesso atuais na busca por novos rumos estéticos.